As portas fecham-se perante mim.
As paredes encolhem a minha volta.
Quem sabe o que falei às sombras, que injúrias terá a minha bífida língua soltado para merecer semelhante castigo?
Que demoníacas atitudes terei eu tido, para ser desta forma punida?
Se o meu crime foi brio. Sou culpada.
Mas não é prática negra nem pecado mortal.
Pois não me servi de arrogância e mentira.
Servi-me de sinceridade.
Mas se sinceridade também é crime, pois considerai-me novamente culpada.
Sentenciai-me e condenai-me.
E fui condenada ao eterno, ao infindável.
E as portas fecharam-se.
As paredes encolheram.
E eu fiquei.
Mas não por muito tempo.
Não por muito tempo.
Mas por enquanto as portas estão fechadas.
As paredes estão encolhidas.
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