31/01/2011

Mensagem

Sou sangue.
Sou pele.
Sou carne e osso.
E é por causa do sangue que me corre nas veias, por causa coração que me bate no peito que eu sei que sou humana.
E sujeito-me à minha condição efémera, insignificante, pois a terra, que não tem sangue, dura muito mais.
É também porque derramo sangue que sei que sou mortal, sei que sou fraca, sabendo também que a minha fraqueza é finita e é ela própria que a torna finita.
E sinto-me vulnerável ao ambiente, ao tempo que me desgasta e gasta até não haver nada para erodir. Pois sinto medo. Medo esse que nos dá a força para não sermos rocha, não nos deixarmos erodir, lutando por deixar uma marca, uma assinatura, de que cá estivemos:

"Eu estive cá, eu fui humana, eu sangrei e tive medo, mas agora já não. Sobrevivi apenas para morrer sabendo que vivi e saber que os outros sabem que vivi."

Pois então espero viver bem o suficiente para o poder dizer.