Estou no elevador com a alma vazia, não, com ela cheia de um silêncio ensurdecedor.
Sei logo que voltei à deambulação sem destino, aquela sensação de não saber o meu papel no mundo, nem a razão da minha existência - sim, eu acredito que tudo tem uma razão de ser.
Já não é a primeira vez que me vejo à procura de razões para me esforçar por tirar partido do nascer do dia, ou daquilo de bom que este tem para me oferecer. Às vezes nem interessa, apetece-me simplesmente manter-me acordada.
Só isso já é tarefa difícil que chegue.
Suspiro.
Neste momento prefiro não sentir nada, prefiro esta dormência infinita em que vejo o mundo em tons de cinzento.
Não fui feita para me sentir feliz ou ser positiva: custa-me mais e não tenho vontade de me dar a esse trabalho.
Porque cada pensamento é anónimo, assim como cada humano que possui alma e capacidade de pensar tem o direito e a opção de o ser.
16/01/2012
10/01/2012
Cara Catarina,
Deves ter a mania que escreves!
A verdade é que não só já não o fazes, como perdeste o jeito que tinhas (ou que pensavas que tinhas!).
Eu já te tinha dito, Catarina, minha querida pensante, que qualquer talento não trabalhado tende a cair no ordinário, visto que o mediano se torna demasiado bom para aquilo que fazes agora.
E nem te falo do LER! Há quanto tempo não lês um livro por puro prazer? Sabes, aquelas tardes inteiras que passavas deitada na poltrona a virar uma e outra página, porque simplesmente te era impossível parar.
Como te foste perder assim? Não te via como alguém de se render à futilidade: aproveitando o tempo livre não como algo produtivo, mas desperdiçando-o em vícios desprezíveis e noites de comportamento animal.
És melhor que isso.
A culpa também é minha...
Desculpa de tive dormente e te deixei chegar tão longe.
Mas agora ouve-me e volta ao teu eu, ele implora-te e eu também...
Da tua (quase) sempre prensente,
A verdade é que não só já não o fazes, como perdeste o jeito que tinhas (ou que pensavas que tinhas!).
Eu já te tinha dito, Catarina, minha querida pensante, que qualquer talento não trabalhado tende a cair no ordinário, visto que o mediano se torna demasiado bom para aquilo que fazes agora.
E nem te falo do LER! Há quanto tempo não lês um livro por puro prazer? Sabes, aquelas tardes inteiras que passavas deitada na poltrona a virar uma e outra página, porque simplesmente te era impossível parar.
Como te foste perder assim? Não te via como alguém de se render à futilidade: aproveitando o tempo livre não como algo produtivo, mas desperdiçando-o em vícios desprezíveis e noites de comportamento animal.
És melhor que isso.
A culpa também é minha...
Desculpa de tive dormente e te deixei chegar tão longe.
Mas agora ouve-me e volta ao teu eu, ele implora-te e eu também...
Da tua (quase) sempre prensente,
Consciência
15/11/2011
Introspecção Existencial
Sinto-me sempre numa luta entre o estar comigo e o estar com os outros.
Na volta é porque não conheço nenhuma das partes como devia, porque infelizmente o programa "eu" não veio instalado com este tipo de plug-ins.
E é esse desespero por querer saber interpretar-me, que me leva a horas de introspecção profunda, alternadas com longos mas curtos momentos a tentar entender os outros.
Porém, eu não me entendo e os outros mantém-se um mistério.
O que me leva à questão: será que chegamos algum dia a conhecer-nos a nós e aos outros?
Será que chegamos algum dia a entender o ser humano na sua essência psicológica?
E se não, porque tentamos?
Será porque no fundo somo os culpados da nossa ignorância sobre nós próprios?
Nunca me contentei com a possibilidade de nunca vir a conhecer-me totalmente, apesar disso, acabo o dia com uma resposta e mil novas perguntas...sobre mim.
Sobre os outros já vai nas duas mil.
Na volta é porque não conheço nenhuma das partes como devia, porque infelizmente o programa "eu" não veio instalado com este tipo de plug-ins.
E é esse desespero por querer saber interpretar-me, que me leva a horas de introspecção profunda, alternadas com longos mas curtos momentos a tentar entender os outros.
Porém, eu não me entendo e os outros mantém-se um mistério.
O que me leva à questão: será que chegamos algum dia a conhecer-nos a nós e aos outros?
Será que chegamos algum dia a entender o ser humano na sua essência psicológica?
E se não, porque tentamos?
Será porque no fundo somo os culpados da nossa ignorância sobre nós próprios?
Nunca me contentei com a possibilidade de nunca vir a conhecer-me totalmente, apesar disso, acabo o dia com uma resposta e mil novas perguntas...sobre mim.
Sobre os outros já vai nas duas mil.
10/11/2011
O que fazer, quando não há nada a fazer?
O que fazer,
Quando não há nada a fazer?
Quando o sangue que derramas
Não é nem suficiente
E não comandas totalmente.
O que fazer
Quando as feridas ainda deitam pus
E o curativo que tens feito
Não tem qualquer efeito?
O que mostrar
Quando não tens nada,
Não sabes daquilo que te deram
Não sabes de ti
E tens a vida toda errada?
O que sentir
Quando o que sentes é dor?
A dor não te basta
E o resto te afasta.
O que vais fazer
Quando o que fizeste se acabou
O tempo passou
E o pouco que ficou
Não te deu para fazer mais nada?
Quando não há nada a fazer?
Quando o sangue que derramas
Não é nem suficiente
E não comandas totalmente.
O que fazer
Quando as feridas ainda deitam pus
E o curativo que tens feito
Não tem qualquer efeito?
O que mostrar
Quando não tens nada,
Não sabes daquilo que te deram
Não sabes de ti
E tens a vida toda errada?
O que sentir
Quando o que sentes é dor?
A dor não te basta
E o resto te afasta.
O que vais fazer
Quando o que fizeste se acabou
O tempo passou
E o pouco que ficou
Não te deu para fazer mais nada?
Eu faço o que posso,
Com aquilo que não tenho
Para quando o tiver,
Saber o que fazer
Com aquilo que irá ser nosso...
22/10/2011
Ouriço vs. Raposa
Sempre que ultrapasso algo, penso que já sei tudo.
Mas há sempre uma maneira de eu ser surpreendida pela minha própria ignorância, aterrando com os pés na realidade que eu já devia conhecer: não sei o suficiente.
E duvido que algum dia vá saber.
Estou numa aprendizagem contínua e por vezes a minha arrogância sobrepõe-se à vontade que tenho de aprender e de conhecer. E esqueço-me que tenho que ser humilde.
Tenho-me comportado como um ouriço caixeiro, quando, até agora, sempre me ensinaram a ser uma raposa.
Sendo este o comportamento errado, proponho-me a mim própria a superar as desconfianças e abrir a minha mente ao que tenho pela frente.
Mas há sempre uma maneira de eu ser surpreendida pela minha própria ignorância, aterrando com os pés na realidade que eu já devia conhecer: não sei o suficiente.
E duvido que algum dia vá saber.
Estou numa aprendizagem contínua e por vezes a minha arrogância sobrepõe-se à vontade que tenho de aprender e de conhecer. E esqueço-me que tenho que ser humilde.
Tenho-me comportado como um ouriço caixeiro, quando, até agora, sempre me ensinaram a ser uma raposa.
Sendo este o comportamento errado, proponho-me a mim própria a superar as desconfianças e abrir a minha mente ao que tenho pela frente.
18/10/2011
A razão pela qual pasmo em Bioquímica
Não consigo de deixar de ficar surpreendida com a maneira como somos constituídos. Não passamos de milhões de moléculas, constituídas maioritariamente por carbono e hidrogénio.
Mas como é que algo tão simples nos torna numa coisa tão complexa. Não falo de um conjunto de células, que por acaso acabam por formar uma massa que forma o corpo.
Falo da complexidade daquilo que pensamos, daquilo que sentimos, coisas impossíveis de terem como responsáveis pela sua existência átomos. Coisas que não são palpáveis, que não vemos e que não nos lembramos de ter adquirido ou como as adquirimos.
Como é possível que a base da nossa existência sejam partículas tão pequenas que as suas representações não passem de "teorias"?
Não compreendo o que está na base do pensamento! E isso deixa-me desconfortável. (E não me venham com a porcaria dos neurónios, porque o que eles fazem é propagar impulsos eléctricos.)
Sou uma pessoa bastante racional e o que não sei explicar deixa-me a pensar demais, depois penso porque penso e não sei porque penso e deixo de pensar naquilo que devia pensar.
E mesmo depois de tudo isto, não sei explicar nada.
Pior! Ninguém sabe...
Mas como é que algo tão simples nos torna numa coisa tão complexa. Não falo de um conjunto de células, que por acaso acabam por formar uma massa que forma o corpo.
Falo da complexidade daquilo que pensamos, daquilo que sentimos, coisas impossíveis de terem como responsáveis pela sua existência átomos. Coisas que não são palpáveis, que não vemos e que não nos lembramos de ter adquirido ou como as adquirimos.
Como é possível que a base da nossa existência sejam partículas tão pequenas que as suas representações não passem de "teorias"?
Não compreendo o que está na base do pensamento! E isso deixa-me desconfortável. (E não me venham com a porcaria dos neurónios, porque o que eles fazem é propagar impulsos eléctricos.)
Sou uma pessoa bastante racional e o que não sei explicar deixa-me a pensar demais, depois penso porque penso e não sei porque penso e deixo de pensar naquilo que devia pensar.
E mesmo depois de tudo isto, não sei explicar nada.
Pior! Ninguém sabe...
14/10/2011
Ai se eu mandasse no meu lobo temporal medial...
É difícil abandonarmos as memórias que durante tanto tempo nos preencheram cada milímetro da nossa cabeça.
Sendo assim, continuamos a vê-las e a repeti-las na nossa cabeça, uma vez por outra.
E sentimos saudade.
Mas essa saudade não passa de um engano, uma ilusão.
Por alguma razão as tentamos abandonar, por alguma razão as queremos esquecer. Foi o facto dos geradores dessas memórias, devido a variadas razões, serem pouco mais do que uma merda.
Mas é isso que nos impede de pensar nisso? Não.
O ser humano é teimoso e estúpido. E eu, como parte dessa ínfima e fraca espécie, também o sou. Sendo assim arranjo uma data de distracções ridículas para ajudar a apagar tudo isso no menor espaço de tempo possível, mas a verdade é que só o tempo o faz quase por completo e numa razão directamente proporcional.
Quando mais ele passa, mais desvanecidas são as putas das memórias.
Graças a Deus já lá vão dois meses!
Sendo assim, continuamos a vê-las e a repeti-las na nossa cabeça, uma vez por outra.
E sentimos saudade.
Mas essa saudade não passa de um engano, uma ilusão.
Por alguma razão as tentamos abandonar, por alguma razão as queremos esquecer. Foi o facto dos geradores dessas memórias, devido a variadas razões, serem pouco mais do que uma merda.
Mas é isso que nos impede de pensar nisso? Não.
O ser humano é teimoso e estúpido. E eu, como parte dessa ínfima e fraca espécie, também o sou. Sendo assim arranjo uma data de distracções ridículas para ajudar a apagar tudo isso no menor espaço de tempo possível, mas a verdade é que só o tempo o faz quase por completo e numa razão directamente proporcional.
Quando mais ele passa, mais desvanecidas são as putas das memórias.
Graças a Deus já lá vão dois meses!
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