06/04/2010

Muralhas

Perfeição aparente.
Pessoa omnipotente, intocável.
Mente impenetrável.
Todavia, a sua armadura não lhe deu força.
A sua aparência não lhe deu poder.

Por baixo da grande muralha, talvez uma cidade em ruínas, há muito decadente.
O cheiro a putrefacção peja aquelas ruas, enquanto que uma luz cadáver as ilumina de uma forma arrepiante.
Nesse local jaz alma alguma.

Morte é o que se encontra por detrás das protecções, por detrás dos escudos, por detrás das máscaras.
Silêncio, silêncio desconfortável que nunca mais acaba.

Mas as muralhas, essas, encontram-se perfeitas, imutáveis, imortais.
E aos olhos de quem vê de fora, tudo parece igual e a sua magnificência rouba-lhes as palavras.
Talvez é assim que pensem.

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