03/09/2010

Selvagem

Hoje, por algumas horas, revirei-me para o meu mundo e desliguei-me do mundo que realmente me esperava.
O bosque era agora a minha casa pois, no meio da vegetação húmida, da lama e das rochas negras, pude conversar comigo, pude ser eu sem querer saber de mais nada.
Aí, a minha mente dançou como já há muito não o fazia.
Liberdade.
Sim, pude sentir-me livre. Podia falar para o musgo e discutir com a relva.
Pude pensar apenas na paisagem que contemplava, no caminho que se passeava a minha frente.
Então inspirei em plenos pulmões e inalei a felicidade de finalmente ser tudo simples.
Sentia o chão acidentado debaixo dos meus pés e o sol que me fazia festas na cabeça.
Eu toda queria ser selvagem e senti-me selvagem.
Então no seio dos meus pensamentos deixei-me ir pela brisa fresca de um trilho sombreado por árvores.
E ela me levou.
Voei, deixando-me levar por ela, até ela me pousar no fim do passeio.

1 comentário:

m disse...

ai os mistérios negros...