10/01/2012

Cara Catarina,

Deves ter a mania que escreves!
A verdade é que não só já não o fazes, como perdeste o jeito que tinhas (ou que pensavas que tinhas!).
Eu já te tinha dito, Catarina, minha querida pensante, que qualquer talento não trabalhado tende a cair no ordinário, visto que o mediano se torna demasiado bom para aquilo que fazes agora.
E nem te falo do LER! Há quanto tempo não lês um livro por puro prazer? Sabes, aquelas tardes inteiras que passavas deitada na poltrona a virar uma e outra página, porque simplesmente te era impossível parar.
Como te foste perder assim? Não te via como alguém de se render à futilidade: aproveitando o tempo livre não como algo produtivo, mas desperdiçando-o em vícios desprezíveis e noites de comportamento animal.
És melhor que isso.
A culpa também é minha...
Desculpa de tive dormente e te deixei chegar tão longe.
Mas agora ouve-me e volta ao teu eu, ele implora-te e eu também...

Da tua (quase) sempre prensente,

Consciência

3 comentários:

T disse...

Já tive destas conversas comigo antes. O que eu tento fazer agora é escrever e publicar no blog mesmo que não goste nada do que escrevi. A lógica é que é mais importante não perder a prática e escrever algo mau até ao fim, do que ficar à espera de só escrever coisas boas.
Acaba-se por de escrever melhor com mais frequência.

Luz disse...

Isso é verdade, mas neste momento ainda estou numa luta entre todas as possíveis e excitantes escolhas da vida académica: estudo, noite, eu...e temo que escolhi as primeiras duas e o "eu" ficou-se para trás. Mas estou determinada a voltar a escolhe-lo! Nessa altura poderei escrever mais, mesmo que só sirva para poluir o mundo electrónico.

C. disse...

não sei se é porque me chamo Catarina, ou se porque me sinto exactamente assim, mas a verdade é que precisava de ler isto.

escreves bem, não deixes de o fazer